Rabat, 7 de outubro de 2024 – Um dos cinco detidos que protagonizaram uma fuga audaciosa da cadeia de alta segurança de Vale de Judeus foi capturado em Marrocos pelas autoridades locais. A captura ocorreu após uma intensa operação conjunta entre a polícia portuguesa e as forças de segurança marroquinas. O fugitivo, cuja identidade não foi divulgada, fazia parte do grupo que escapou em setembro passado, num dos maiores incidentes de evasão prisional registados em Portugal nas últimas décadas.
De acordo com fontes policiais, o fugitivo foi detido na cidade de Casablanca, onde estaria a viver escondido com a ajuda de contactos locais. A prisão foi possível graças ao intercâmbio de informações entre as autoridades portuguesas e marroquinas, que já estavam em alerta após a emissão de mandados internacionais de captura pelos cinco reclusos.
Fuga de Vale de Judeus: um caso emblemático
A fuga de cinco detidos da cadeia de Vale de Judeus, localizada no distrito de Lisboa, levantou grandes preocupações sobre a segurança e os protocolos vigentes nos estabelecimentos prisionais portugueses. Na noite de 15 de setembro de 2024, os cinco reclusos conseguiram escapar de uma das cadeias mais seguras do país, aproveitando uma falha no sistema de vigilância. Segundo relatórios iniciais, os detidos utilizaram uma combinação de ferramentas improvisadas para cortar as grades de uma das áreas de confinamento e, posteriormente, escalaram os muros da prisão.
O grupo incluía indivíduos condenados por crimes graves, como homicídio e tráfico de drogas, o que agravou ainda mais a preocupação pública e das autoridades sobre a periculosidade dos fugitivos. A fuga causou uma grande operação de busca em todo o país, com as forças de segurança em alerta máximo para evitar que os fugitivos deixassem o território nacional.
Apesar dos esforços imediatos da Polícia Judiciária e das autoridades prisionais, os cinco conseguiram dispersar-se rapidamente, o que complicou as buscas. Vários dias após a fuga, surgiram relatos de que alguns dos reclusos poderiam ter deixado Portugal, o que acabou por ser confirmado com a captura em Marrocos.
Cooperação internacional essencial para a captura
A detenção em Marrocos é um exemplo claro de como a cooperação internacional pode ser decisiva em casos complexos de fuga de criminosos. Desde o momento da fuga, Portugal emitiu alertas internacionais, recorrendo ao apoio da Interpol e das autoridades de países com os quais Portugal tem acordos de cooperação policial.
O fugitivo detido em Casablanca estava na lista de prioridades das forças de segurança, dada a sua longa lista de antecedentes criminais. Informações preliminares indicam que ele estava a tentar estabelecer uma nova vida no estrangeiro, utilizando documentos falsificados e contando com o apoio de uma rede de cúmplices locais. No entanto, as investigações minuciosas e o rastreio de comunicações telefónicas e eletrónicas levaram as autoridades a localizá-lo.
O Ministro da Justiça português, em declarações recentes, elogiou a ação rápida e eficaz das autoridades marroquinas e sublinhou a importância da colaboração internacional para garantir que os criminosos sejam levados à justiça, independentemente de onde tentem refugiar-se. “A captura deste fugitivo é uma prova de que o crime não compensa e de que as nossas forças de segurança, em conjunto com parceiros internacionais, estão comprometidas em garantir a segurança pública”, afirmou o ministro.
Investigações continuam: onde estão os outros fugitivos?
Apesar da captura de um dos fugitivos, quatro continuam em liberdade, e as autoridades portuguesas mantêm a operação de busca ativa. A polícia acredita que os restantes fugitivos possam estar escondidos tanto dentro de Portugal como no estrangeiro, e não descarta a possibilidade de novas detenções nos próximos dias.
A fuga de Vale de Judeus já gerou uma série de consequências políticas e operacionais. O governo ordenou uma revisão completa dos protocolos de segurança nas prisões de alta segurança e já se iniciou uma investigação interna para apurar se houve negligência por parte dos guardas prisionais ou falhas no sistema de segurança que pudessem ter facilitado a fuga.
A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) tem vindo a implementar medidas de reforço de segurança, incluindo o aumento da vigilância eletrónica e a revisão das condições estruturais das cadeias. Estas ações procuram evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer no futuro.
Reações públicas e mediáticas
A captura do fugitivo em Marrocos foi amplamente noticiada pela imprensa portuguesa e internacional. Nas redes sociais, muitos cidadãos expressaram alívio, mas também criticaram o que consideram ser falhas no sistema prisional que permitiram a fuga inicial. “É uma boa notícia que o tenham apanhado, mas como foi possível que escapassem cinco prisioneiros de uma cadeia de alta segurança?”, questionou um utilizador do Twitter.
As autoridades mantêm-se discretas sobre os próximos passos da investigação, mas a captura deste fugitivo representa um avanço significativo nas buscas e um sinal de que os restantes poderão também ser encontrados em breve.
A detenção de um dos cinco fugitivos da cadeia de Vale de Judeus em Marrocos marca um ponto importante nas investigações e nas operações das autoridades portuguesas para trazer à justiça os reclusos evadidos. O caso evidencia, mais uma vez, a importância da cooperação internacional e da eficiência das forças de segurança na luta contra o crime transnacional. Enquanto as buscas pelos outros fugitivos continuam, as autoridades portuguesas reforçam o compromisso de evitar futuras falhas no sistema prisional e de garantir a segurança pública.