O novo presidente do México adota ideias radicais enquanto a ameaça de Trump se aproxima.

O novo presidente do México adota ideias radicais enquanto a ameaça de Trump se aproxima.

**O novo presidente do México adota ideias radicais enquanto a ameaça de Trump se aproxima**

Com a ascensão de Claudia Sheinbaum à presidência do México, o país enfrenta um cenário político complexo e desafiador. Desde que o ex-presidente Donald Trump deixou o cargo, muitos acreditavam que a tensão entre o México e os Estados Unidos poderia diminuir. No entanto, a possibilidade de o ex-presidente retornar em 2024, com sua agenda marcada por tarifas severas e políticas rígidas de imigração, coloca o novo governo mexicano em uma posição delicada.

Claudia Sheinbaum, ex-prefeita da Cidade do México e a primeira mulher a assumir a presidência do país, adotou uma agenda progressista que herda muitos elementos do governo de Andrés Manuel López Obrador (AMLO). O foco de sua política gira em torno de temas como igualdade social, justiça econômica e uma abordagem ambiental mais robusta. Contudo, a pressão externa, especialmente das ameaças de tarifas impostas pelos EUA, faz com que sua administração tenha que agir com cautela.

Historicamente, as relações entre os EUA e o México sempre foram complexas e pontuadas por tensões. Desde o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), firmado em 1994, até a construção do muro na fronteira durante a era Trump, cada governo norte-americano trouxe consigo desafios e oportunidades. A administração AMLO tinha trabalhado arduamente para fortalecer a economia mexicana e atrair investimentos internacionais, reduzindo a dependência do país das políticas norte-americanas.

Em um ambiente onde as tarifas dos EUA podem ter consequências devastadoras para a economia mexicana, Sheinbaum se vê compelida a intensificar os esforços para diversificar as relações comerciais do México com o restante do mundo. Isso inclui o fortalecimento de laços com países da América Latina, Europa e Ásia. Para isso, ela está incentivando medidas de proteção ao mercado interno e promovendo a industrialização no país, o que pode ser visto como uma reação direta ao protecionismo americano.

Além disso, sua política ambiental, que inclui um foco em energias renováveis e combate à poluição, também pode ser uma resposta ao crescente descontentamento das comunidades locais, que têm sofrido os impactos das mudanças climáticas e da exploração excessiva de recursos naturais. Ao promover uma agenda sustentável, Sheinbaum não apenas responde a uma necessidade interna, mas também posiciona o México como um líder em iniciativas ambientais na América Latina, tentando desviar a sua economia de uma dependência excessiva dos Estados Unidos.

A proximidade das eleições nos EUA, que podem colocar Trump de volta ao poder, eleva a incerteza para a política externa mexicana. Os próximos anos exigirão que Sheinbaum navegue por um campo minado, buscando proteger os interesses do país enquanto mantém um diálogo aberto e produtivo com a Casa Branca.

Assim, enquanto o México se prepara para enfrentar os desafios da nova administração de Sheinbaum, a sombra do Trumpismo permanece, trazendo à tona questões que têm profundas raízes na história bilateral e que exigem uma análise cuidadosa das direções futuras. A expectativa é que, em meio a essas pressões, o novo governo encontre um caminho que beneficie não apenas o México, mas também suas relações com os vizinhos do norte.

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