Terceira noite de violência em Lisboa: Incêndios e desacatos em vários concelhos da Área Metropolitana

Terceira noite de violência em Lisboa: Incêndios e desacatos em vários concelhos da Área Metropolitana

A noite de quarta-feira ficou marcada pela terceira consecutiva de desacatos em diversas zonas da Área Metropolitana de Lisboa. A escalada de violência, que começou após a morte de Odair Moniz, um homem baleado pela polícia no bairro da Cova da Moura, na Amadora, continuou com novos focos de incêndio e tumultos, registando-se carros incendiados e caixotes do lixo em chamas.

De acordo com informações fornecidas pela Polícia de Segurança Pública (PSP), através do seu porta-voz nacional, o subintendente Sérgio Soares, os incidentes ocorreram em várias localidades, incluindo Amadora, Lisboa, Oeiras, Sintra e Monte da Caparica (Almada). Na Amadora, em particular, houve um agravamento da situação com a propagação dos incêndios a viaturas.

Focos de Incêndio e Tumultos em Diversos Concelhos

Conforme relatado pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), desde as 22h00, registaram-se mais de uma dezena de ocorrências relacionadas com incêndios e detritos nas ruas. Os incidentes envolveram a queima de caixotes de lixo e veículos, afetando várias localidades nos distritos de Lisboa e Setúbal, como Queluz (Sintra), Alfragide (Amadora), Camarate (Loures), Carcavelos (Cascais), Carnide (Lisboa), Mina de Água (Amadora), Corroios (Seixal), Caparica (Almada) e Moita.

No bairro do Zambujal, na Amadora, onde começaram os distúrbios após a morte de Odair Moniz, a tensão continua a ser elevada. Os tumultos, no entanto, alastraram-se a outros pontos da Grande Lisboa, com Carnaxide e Sintra a registarem também episódios de violência e caos. A PSP está a atuar para conter a situação e garantir a segurança pública, mas os incidentes continuam a propagar-se a outros bairros e concelhos.

Desacatos e Vandalismo

Desde a noite de segunda-feira, os bairros da Área Metropolitana de Lisboa têm sido palco de episódios de violência e vandalismo, com incêndios em autocarros, veículos e caixotes de lixo. Estes incidentes resultaram na hospitalização de dois agentes da PSP, vítimas do arremesso de pedras, e em esfaqueamentos ligeiros de dois passageiros durante o ataque aos autocarros incendiados. Três indivíduos foram detidos pelas autoridades.

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O porta-voz da PSP confirmou à Lusa que os incidentes envolveram a mobilização de forças de segurança para várias áreas de Lisboa e concelhos limítrofes. Embora a PSP não tenha precisado o número total de ocorrências, há um esforço contínuo para conter a situação e prevenir a escalada de violência.

Resposta das Autoridades

A situação continua a ser monitorada de perto pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, que está em constante comunicação com as forças de segurança e com as autarquias locais. No entanto, a entidade recusou-se a fornecer mais pormenores sobre as operações em curso, limitando-se a confirmar as informações disponíveis no seu portal online.

As forças de segurança estão a aplicar medidas rigorosas para conter os atos de vandalismo e garantir a proteção da população. Apesar dos esforços das autoridades, a extensão e a frequência dos incidentes continuam a ser uma preocupação crescente, uma vez que os focos de violência não se limitam a um único local, mas têm surgido em vários pontos da Grande Lisboa.

Um Clima de Tensão Generalizada

A morte de Odair Moniz e os subsequentes protestos e tumultos revelam uma situação de tensão latente em várias áreas periféricas de Lisboa, onde os problemas sociais e económicos são mais agudos. Embora a PSP tenha reforçado a presença nos bairros mais afetados, como o Zambujal, o desafio de controlar a violência em áreas tão amplas e com diferentes focos de agitação continua a ser grande.

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O Governo já anunciou reuniões de emergência com as autarquias locais para discutir a resposta a esta crise e planear uma abordagem integrada para combater os episódios de violência e o sentimento de insegurança que se espalhou pela região.

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